Esta comédia de 1932, da autoria de Ödön von Horváth, mostra-nos uma sociedade cínica, mesquinha e egoísta, sempre pronta a desumanizar-se, num período de decadência material, espiritual e moral. Para o autor este poderia ser o título de todas as suas peças (como afirmou), "pois todas assentam num tempo em que acreditar, amar e ter esperança são uma utopia necessária".
A peça, dirigida por Tónan Quito, conta-nos a história de Elisabeth, que procura desesperadamente a sua sobrevivência e acaba vítima da máquina doestado, onde não é permitido que um indivíduo siga os seus sonhos; no início ela tenta vender o seu corpo ao Instituto de Medicina Legal porque precisa de dinheiro; é acusada de fraude e acaba rodeada de pessoas abandonadas e maltratadas pelo estado, até encontrar por breves momentos o amor; mas cansada de ser "perseguida" acaba por se atirar ao rio apagando a única réstia de esperança.
É possível sermos humanos em tempos de crise?
Data: 7-9 de julho