24/01/2024

Das marcas do passado às ideias do presente (e do futuro), uma antiga área do piso térreo da Casa do Infante renasceu, pelas mãos da Domus Social, para passar a acolher atividades do Serviço Educativo. Fruto de uma colaboração entre o NCREP e o Atelier In.Vitro, o projeto de arquitetura caracteriza-se pelo cruzamento entre a herança histórica e a modernidade. 

 

Concebido para atender às exigências técnicas impostas pelo elevado valor patrimonial da Casa do Infante, o projeto procurou minimizar o impacto no edifício, salvaguardando as suas características originais e respeitando os princípios ditados pelas Cartas e Recomendações Internacionais, especialmente a Compatibilidade.  

 

No entanto, apesar da constante preocupação com a preservação e reabilitação dos elementos construtivos pré-existentes, o resultado final da obra evidencia o cruzamento entre os tempos. Com atenção no passado e foco no presente, a intervenção não só protege o passado, mas incorpora também uma nova abordagem contemporânea. 

 

 

Concretamente, a obra de requalificação do espaço situado no piso -2 incidiu sobre duas salas autónomas interligadas por um vão em arco, que correspondem ao espaço que irá receber o Serviço Educativo e uma área técnica onde se encontra a caldeira do edifício.  

 

Mesmo que de carácter e funções completamente distintas, a estratégia adotada para os dois espaços foi a mesma. Entre as várias premissas que serviram de base para o projeto, salienta-se a reversibilidade e a ligeireza da intervenção. 

 

Nos anos 90, as escavações arqueológicas realizadas na Casa do Infante revelaram vestígios da ocupação moderna, medieval e romana. Por esse motivo, o projeto de reabilitação agora concluído distingue-se pelos pavimentos escolhidos – em grelha metálica e vidro – que permitem o convívio harmonioso com as marcas do passado, proporcionando uma integração com o património histórico do espaço. 

 

 

Se, por um lado, as intervenções na sala da caldeira foram reduzidas, no segundo espaço a intervenção foi mais profunda. Para vencer o desnível existente entre as duas zonas foi instalada uma grelha metálica de pavimento que depois se desdobra e se transforma em escada.   

 

Funcionalidade e a versatilidade são também palavras de ordem deste projeto, que criou um espaço capaz de servir diferentes fins, nomeadamente, expositivos, educativos e arqueológicos. Por esse motivo, a facilidade na manutenção e limpeza foram, também, aspetos essenciais no desenho da requalificação deste novo “velho” espaço da Casa do Infante, que entrará em funcionamento brevemente. 

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